terça-feira, 5 de maio de 2009

A psicologia social e a experiência de Stanford

Por Vanessa Dantas
A PSICOLOGIA SOCIAL E A EXPERIÊNCIA DE STANFORD
A Experiência foi realizada em uma prisão fictícia na universidade de Stanford pelo psicólogo Philip Zimbardo em Agosto de 1971. Neste estudo foi feito a simulação de uma prisão fictícia, com o intuito de entender os efeitos psicológicos de se tornar um prisioneiro e um guarda prisional.
Palavras Chaves: Atitude, mudança de atitude, comportamento, realidade, poder ilusório.
PERCEPÇÃO SOCIAL E COMUNICAÇÃO.
“No encontro social, o processo de percepção social é desencadeado. Percebemos um ao outro, percebendo as características apresentadas por este outro, a partir das quais construímos uma 'impressão' dele.”
“Ao perceber o outro, tem início a comunicação”.
A Experiência mostra claramente que no início do experimento, os candidatos após terem mantido certo contato, se conhecerem, interagir uns com os outros, conversando sobre suas vidas, suas coisas em comum e os motivos pelos quais os levaram a estar participando do experimento obtiveram uma “impressão” boa uns com os outros, principalmente porque naquele momento o comportamento de todos era de pessoas educadas, “brincalhonas” e extrovertidas. No entanto, as coisas foram mudando no decorrer de todo o processo, fazendo com que cada um mudasse o conceito sobre o outro.
ATITUDES E MUDANÇAS DAS ATITUDES.
“Informações com forte carga afetiva (positiva ou negativa), que predispõem o indivíduo para uma determinada ação.”
No início do experimento, vários exames foram realizados com os candidatos, ficando evidente que os candidatos eram pessoas saudáveis, sem problemas aparentes, inteligentes, que nunca haviam sido presas e nem feito uso de drogas. Eles estavam prontos e preparados para ficarem duas semanas em uma simulação de prisão, sendo observados e analisados.
Apenas dois dias foram suficientes para os prisioneiros “enlouquecerem” os guardas da suposta prisão. Haja vista que os presos não respeitavam e obedeciam aos guardas. E estes por sua vez, não se colocavam em seus lugares de protetores e defensores da ordem. Porém, menos de dois dias foi o suficiente para a revolta dos presos e a busca forçada por respeito pelos guardas, que neste momento já haviam esquecido que aquela situação era fictícia.
Com o uso da força, agressões físicas, humilhações e seu “poder” de autoridade, os guardas mantinham a “ordem” da prisão. Entretanto com o passar de pouco tempo, com a “realidade” em que eles foram inseridos naquele ambiente e as novas convicções que adquiriram neste mesmo ambiente, já haviam esquecido totalmente que aquele poder não lhes pertencia realmente.
Pode-se perceber que o confinamento e as situações de humilhação e crueldade pelos quais os homens selecionados para serem os presos passaram, fizeram com que eles se tornassem indefesos e por consequência, mantivessem um vínculo forte de cumplicidade e companheirismo uns com os outros, onde um ajuda, acoberta ou “toma” as dores do outro em momentos difíceis e dolorosos.
AS COBAIAS COMO UM GRUPO SOCIAL.
“Os grupos sociais são pequenas organizações de indivíduos que possuindo objetivos comuns, desenvolvem ações na direção desses objetivos.”
“Para garantir a organização, possuem normas, formas de pressionar os elementos para obedecerem às normas, tarefas e funções a serem desempenhadas pelos elementos...”
Fica claro que os voluntários a participar da experiência, ao responderem ao anúncio do jornal, tornaram-se um grupo que possuiam um objetivo em comum, que é o de receber a recompensa. Cada homem tinha uma necessidade e um motivo para estar lá, seja para ter a possibilidade de comprar algo supérfluo ou essencial. Para que desse certo, era preciso acima de tudo que todos trabalhassem em conjunto, com organização, obedecendo às regras e executando suas funções corretamente dentro da prisão. Todavia, essas obrigações não deveriam ser exageradas e prejudiciais. Mas não foi o que aconteceu.
Pode-se observar, que logo no início do confinamento na prisão, o objetivo dos candidatos já havia se tornado incomum. Pois começaram a desenvolver atitudes que não condiziam com o real motivo de estarem lá. Além disto, começaram a desenvolver um papel que na verdade era ilusório mas que para eles,era real, onde prevaleceu a força e as agressões físicas e morais, por consequência disso os resultados do experimento foram violentos, muito negativo e antiético.


O filme alemão alvo dessa pequena análise chama-se "Das Experiment" produzido em 2001. Seu objetivo era fazer uma experiência psicólogica com 20 presos em troca de dinheiro. O resto vocês já sabem...

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